quarta-feira, 18 de setembro de 2013



Hoje falarei sobre SEXO. Assim, com destaque mesmo. SEXO!
Não para explicar, mas sim para questionar!
Questionar pois não estou entendendo o que vejo nos noticiários, ouço de algumas pessoas, leio nos blogs. Falam em “curso de sexo oral”, a parcela de culpa da mulher no estupro (afff), homens achando que as atrizes de filmes pornô realmente estão gozando, pentelhos da atriz global que posou nua e 10, 20 ou 1000 “maneiras de enlouquecer seu homem na cama”!
Tudo assim, fácil!
Minha questão é: Em que momento nos perdemos tanto da naturalidade da relação sexual?
Em que momento paramos de descobrir o corpo do outro, que está ali, é real, para ir ler uma revista Nova ou um site qualquer sobre sexo?
Quando foi que o tipo de depilação feminina foi decidida em sociedade? Eu não estava presente na votação.
Qual momento o cheiro, o gosto, o som, o toque do outro deixou de ser o nosso norteador na hora do sexo?
Quando que estupro passou a ser apenas uma relação de “desejo sexual unilateral” e não mais um ato sádico, cruel, em que o sofrimento do outro faz parte da ação desejada?
Quando foi que distribuímos o “papel de homem” e “papel de mulher” na cama?
Quando foi que desaprendemos a fazer sexo?
Sexo é natural, minha gente! Sexo é pessoal. Cada relação sexual com uma pessoa diferente, é uma nova combinação, novos gostos, novas experiência! E até mesmo com a mesma pessoa -  vamos descobrindo coisas novas com o tempo, modificando maneiras de tocar o outro, percebendo novas reações. Porque cada um é único, e mesmo assim, ninguém se mantém igual sempre. 
Acho insana essa busca por padrões, aulas e moralismos sobre o sexo.
Talvez essa loucura toda comece na infância, quando nos criam cheios de tabus. Nos ensinam o que é certo ou errado no “coito” – geralmente, só o que é errado – e nos fazem acreditar que tudo é pecado. Quando tentamos quebrar essas barreiras mentais e descobrir o sexo, nos vemos diante de um arsenal de informações prontas e acabadas.
A religião e sua mania de castidade também estraga tudo.

O pecado da masturbação é o delírio mais comumente divulgado para os adolescentes.
A separação entre mente e corpo, que nossos queridos filósofos pós socráticos fizeram o desserviço em fazer, também atrapalha demais na descoberta da nossa sexualidade.
Conectar mente e corpo não é uma escolha, é fato! E se o cara ta estressado, broxa mesmo!
Ter consciência de seu próprio corpo, de seus prazeres e desprazeres, é o primeiro passo. O segundo é ter real curiosidade sobre o corpo do outro; descobri-lo e apreciá-lo. Querer saber de si e do outro, faz o sexo mais espontâneo e, consequentemente, mais prazeroso.
Ah, Thaís, mas então uma dica da revista Nova nunca é bem vinda??
Ok, pode ser! Talvez acelere muito a nossa “boa nota” no ato, que também é acelerado  – às vezes temos que mostrar tudo que sabemos em uma noite apenas, pois é tudo que durará essa relação.
Mesmo assim, a questão maior não é essa!
Minha questão é em que a sexualidade humana está sendo muito ditada socialmente. E essa ditadura do ato sexual pouco ou nada tem a ver com uma RELAÇÃO sexual de verdade. Tanto que a expressão “fazer amor” virou algo brega! Porque se relacionar de verdade consigo e com o outro está fora de cogitação. Descobrir a si mesmo e ao outro com naturalidade, caiu em desuso. Tudo já vem pronto, é só aprender as regras. Afff!
Tem um vídeo muito legal sobre a diferença entre o sexo real e os filmes pornô (para ler em português é só acionar as legendas).

Sexo do bom não tem revista ou site no meio. Sexo do bom tem duas pessoas – ou mais, vai saber! – que sabem o que querem.
Ficar discutindo hétero ou homo, dar na primeira ou depois, papai e mamãe ou de quatro, lambe ou arranha, com pentelhos ou sem, com amor ou não, é tão retrogrado!!! Tão absurdamente retrogrado e desconectado com a nossa natureza humana carnal.
Ou não?
O que vocês acham?

Cada um é de nós é um universo, como dizia Raul. Então cada um terá uma visão sobre o assunto. Sem problemas! Só peço que a ideia seja sua, não uma cópia esdrúxula de ideias vendidas por aí.