É uma cilada, Bino!
10 roubadas que vivi em minhas viagens
1 – Não guardar moedas.
Lá estávamos nós, eu e meu marido, na charmosa cidade de
Praga. Como a República Tcheca não faz parte do bloco do Euro, gastamos o
máximo de coroas tchecas possível antes de embarcarmos no trem para Munique
(Alemanha). Fomos bem sucedidos! Cada água, cada lembrancinha, tudo foi pago em
cash! Mas uma hora antes do embarque, meu marido viu que havia sobrado umas
poucas moedas em seu bolso, que não dava pra quase nada e pediu para que eu guardasse para
dar para o meu irmãzinho, que gosta de moedas estrangeiras. Ok! Coloquei na
minha carteira e nem pensei mais no assunto.
Até que veio a vontade de ir ao banheiro. Geeeente, mas
era A vontade! Desesperadamente procurei um banheiro, bastante preocupada com o
horário do nosso trem, que partiria dali alguns minutos.
Encontrei o banheiro. Ufa! Entrei e: WTF? Tinha que pagar
para usar! Uma catraca me separava das cabines do banheiro, e o suor já
escorria na testa. Tinha que colocar moedas na catraca. Moedas.... malditas
moedas! Mas eu as tinha, então, sem problemas, certo?
Nada certo! Minhas coroas tchecas estavam misturadas com
moedinhas de reais, e quando finalmente separei todas as coroas e comecei a
contar, vi que só tinha moedas de baixo valor. Observando meu desespero, uma
senhora responsável pela limpeza do local passou um cartão (mágico! rsrs) na
catraca e permitiu minha entrada, pegando minhas poucas moedinhas que nem eram
o suficiente.
Subi naquele trem sem nenhuma coroa tcheca, mas com minha
dignidade preservada!
Moral da história: tenha consigo dinheiro na moeda local
até o último minuto!
2 – Hotel que mudou de lugar...
... mas que não alterou o endereço e nem as fotos no
site!
Isso foi no Uruguai, em Punta Del Este.
Reservei o Hotel Alhambra pela internet, para a família
inteira se hospedar. Olhei as fotos e era um ótimo hotel, com um preço bem
baratinho. Pegamos o carro e fomos em direção ao Uruguai. Chegando no endereço
da reserva, o hotel das fotos estava lá, mas com outro nome na fachada. Após
pedir informação, descobrimos que o Hotel Alhambra deixou de ser ali e se mudou
para o centro de Punta Del Este. Todas as reservas no nome do hotel estavam
salvas, mas em outro local. Nos dirigimos até esse novo lugar e encontramos o prédio.
Essa parte é até difícil de descrever... não sei se uso a
palavra “decepção”, ou “raiva”, ou “desespero”. Na dúvida, deixo aqui uma
expressão que passou pela cabeça de todos nós: Mas que MERDA é essa???
O hotel era velho, sujo e apertado. Mas como era tarde e
ficaríamos apenas uma noite, não tivemos outra opção.
Mas depois deixei isso bem claro em todas as redes
sociais e de avaliações, claro. Nunca se hospedem no Hotel Alhambra! Nunca!
3 – Comprar conchas-do-mar baratinhas
Amo aquelas mega conchas do mar, assim como estrelas do
mar. Amo! E na minha lista do que fazer na Rep. Dominicana estava “comprar uma
concha”.
Em Punta Cana era muito caro e saímos de lá sem nenhuma.
Depois nos dirigimos para uma vila de pescadores, Bayahibe, onde tudo era baratinho,
menos as conchas. Porém, voilà!!! Encontramos uma tenda cujo um cara vendia duas
por um preço bem abaixo do que custava uma em Punta Cana. Feliz da vida,
achando que era “queima de estoque / outlet / o patrão tá louco”, comprei duas
e guardei no porta-malas do carro, numa sacola, em cima das malas.
Dali, fomos para a capital Santo Domingo, onde passamos 3
dias sem tirar o carro de dentro do estacionamento, já que o hotel era bem
localizado.
Após o checkout, o manobrista veio com o carro, nos explicando
que abriu todos os vidros por causa do “cheirinho”. Nós: “Cheirinho? Que
cheirinho?” – Entramos no carro – “Creeeedooo!!!”
Pensa num fedor. Agora multiplica! Pois é.
O sujeito que nos vendeu as conchas não havia feito o
procedimento correto de limpar totalmente as conchas e deixá-las secar por dias,
até não sobrar mais nada marinho nela, só o seu “esqueleto”.
O fedor era tanto que quase que tivemos que jogar as
malas fora! Por sorte o hotel abriu uma exceção para nós e deu um jeito de
limpar nossas malas até elas ficarem cheirosinhas de novo. E também deram fim
naquelas malditas conchas para nós. Sim, malditas! O amor acabou.
4 – Ser simpática com homens ingleses
Nos ensinam que sorrir abre portas e que é nosso melhor
cartão de visitas. A simpatia traz benefícios. Não é?? Bem, é verdade. Mas não
aplique essa regra com homens britânicos em suas viagens fora do Reino Unido.
Cena 1: Eu e meu marido sentados sozinho numa mesa do
Hard Rock Café de Munique.
Cena 2: meu marido, após muitas canecas de chopp, vai ao
banheiro.
Cena 3: Uns cinco homens sentados na nossa mesa.
Como isso aconteceu? Com uma simples resposta simpática à
pergunta “Where are you from?”
Lá estava eu, sozinha, bebendo meu chopp e esperando meu
marido voltar pra mesa, quando de repente um britânico sai da mesa da frente,
vem até a minha e me pergunta de onde eu sou. Respondo que sou do Brasil. Ele
continua puxando conversa, com perguntas bem básicas de um turista conhecendo
outro. Mas, depois de 4 ou 5 perguntas, ele chama os amigos da mesa dele e
convida todos a sentarem ali, junto comigo!!! O papo foi ficando estranho, um
pouco desrespeitoso, e fui sorrindo cada vez menos.
Meu marido chegou, sentou ao meu lado, mas os
intrometidos não se retiravam. O final da história vocês já sabem, né?! Quem se
retirou fomos nós.
De volta ao Brasil, uma amiga minha me explicou: homens
ingleses viajam em grupos de amigos para “pegar mulher” por aí. Coloque álcool
na fórmula e o incomodo é garantido.
5 – Um pequeno restaurante em Frankfurt
Reservei online um restaurante bom-bonito-(e
relativamente)barato em Frankfut.
Chegando lá, descobri que a reserva havia sido cancelada,
pois outra pessoa reservou o restaurante inteiro para uma festa particular. Sem
nos deixar abater, eu e meu marido seguimos pela ruazinha atrás de outro lugar
para jantar. Até que vimos um pequeno restaurante, com a fachada toda de vidro,
com um ar moderno e casual.
“Não pode ser caro”, pensamos. Entramos sem nem pedir
para olhar o cardápio e já fomos sentando numa mesinha quase encostada na do
coleguinha ao lado. Era tudo apertado, não tinha como ser um restaurante caro –
pensamos novamente.
Pois é, meu povo! Só que esse restaurante ficava bem em
frente a Casa do Goethe!!!
Sim, era caríssimo! E a fachada de vidro servia para as
pessoas contemplarem o show de luzes que acontecia na casa do famoso
escritor.
E nós, bem jecas, quando o garçom perguntou se queríamos
uma taça de champagne antes de escolher a comida, aceitamos, pois aqui no
Brasil chamamos qualquer espumante barato de champagne! Mas era champagne
mesmo, o próprio, lá da França. E pior: repetimos. Caro, caro, caro...
Para nosso contento, a comida era excelente. Se você
tiver grana para gastar em Frankfurt, eu recomendo o restaurante Riz (o risoto
de dourado estava espetacular). Caso contrário, nem pense em sentar naquelas
mesinhas!!
6 – A importância de um CEP.
Hotel em Zurique, rua tal, número tal. Não tem erro.
Teve!
O GPS perguntou a cidade, digitamos Zurique. Pediu o
endereço e nós colocamos. Detalhe: já era quase meia-noite.
Fomos até o local e encontramos apenas um prédio
residencial. E foi ali que começou nossa saga telefônica! Ligamos sei lá
quantas vezes para a Decolar, que foi a empresa na qual realizamos a reserva, e
nada! Sério, eu realmente perdi as contas de quantas ligações foram feitas, e
ninguém conseguia resolver nosso problema. Até que, finalmente, alguém nos
passou um contato do hotel. Ligamos e era o porteiro. A recepção do hotel já
tinha fechado, mas ele iria até lá para nos receber. E finalmente nos explicou:
Tinha uma outra rua com o mesmo nome, mas em outro CEP de Zurique!! Eu e meu
marido, que somos de cidade pequena, nem imaginávamos que poderia ter duas ruas
com o mesmo nome na mesma cidade. O porteiro nos passou o CEP e finalmente
conseguimos chegar ao hotel, às 2 horas da madrugada!
Como tivemos que sair bem cedo na manhã seguinte, em
direção à Colmar (França), saí com cara de sono em todas as fotos! :/
7 – O trânsito da Rep. Dominicana
Eu e meu marido adoramos alugar um carro nas nossas
viagens. Isso nos dá maior liberdade e controle das nossas andanças pelo mundo.
Mas não quer dizer que sempre é fácil!
Quero deixar uma coisa bem clara: o trânsito da Rep.
Dominicana é caótico. Ca-ó-ti-co!!!
Sabe aquelas imagens que vemos do trânsito lá na Índia?
Pois é! É aquilo lá, mas sem as vacas.
A loucura é tanta que vi até gente dando ré de uma rua à
outra, atravessando um enorme cruzamento movimentado no meio delas. Não sei como ninguém
bateu!
Aliás, mesmo presenciando cenas absurdas naquele
trânsito, não vi nenhum acidente. É como se tudo já fosse orquestrado. Um carro
passa pelo outro, que está dando ré em um local proibido, com apenas alguns centímetros
de distância, sem bater um no outro, como num filme tosco de ação (alô Carga
Explosiva!!!).
Em Santo Domingo a maioria das ruas não tem plaquinhas
com seus respectivos nomes. Ainda bem que estávamos com GPS. Maaasssss, claro,
ele parou de funcionar em determinado ponto da viagem! Obrigada, Avis – sqn.
Aliás, deixa eu reclamar aqui: a Avis foi extremamente
grosseira com a gente quando ligamos para resolver o problema do GPS.
Pronto, fofoca feita!
(Confesso que o objetivo principal desse item 7 era falar
mal da Avis).
8 – Ir à Punta Del Este sem falar nada de espanhol.
Por favor, aprenda ao menos os nomes das comidas e dos pratos principais!
Na mesma viagem do Hotel Alhambra (que mudou de endereço
e padrão), eu e minha família fomos almoçar em um restaurante à beira mar, com
mesas disputadas. Não me recordo agora o nome do restaurante, infelizmente.
Eu, que não comia carne de mamíferos, já sabia bem o que
pedir: pollo (frango) ou pescado (peixe, como o nome sugere). Para mim estava
tudo certo.
Mas, tendo na mesa uma criança de 9 anos, sobremesa era
um item importantíssimo. E na mesa ao lado da nossa, foi servido a um casal um
belo prato de sobremesa, que até eu, que não como doce, achei apetitoso.
O problema era explicar para a garçonete que queríamos um
daquele, sendo que quando ela chegou a nossa mesa, o casal já havia ido embora.
O que nós tentamos dizer: “Queremos a mesma sobremesa que o
casal que estava sentado na mesa ao lado estava comendo”.
O que veio: uma porção de queijo provolone!!!
Foi o que a garçonete entendeu!! Kkkkkkkkkk
Final da história: compramos um picolé para o menino!
9 – Ô malandragem, dá um tempo!
Rio de Janeiro, cidade maravilhosa. Mas também cidade da
malandragem.
A expressão “Bino, é um cilada!” deve ser bastante usada
por lá!
A dica aqui é não usar o porta-malas do táxi. Ou usar o
mínimo possível.
Estávamos em 4 pessoas no aeroporto e pegamos um táxi. Colocamos
as duas malas no porta-malas e o taxista, super simpático, insistiu que colocássemos
nossas mochilas também. Falamos que não era necessário, mas ele nos convenceu.
Ao entrar no táxi, vimos um adesivo no vidro, colado apenas para o lado de
dentro, que dizia os valores a serem pagos por cada tipo de bagagem colocada no
porta-malas. Baita sacanagem!
Chegando ao hotel, uma taxa surpresa de 10%, sendo que
nossa reserva já cobria todas as taxas e já estava paga.
A malandragem continuou no restaurante que fomos para
comemorar o aniversário de 2 amigos da turma. Cervejas cobradas por fora, que o
gerente “esqueceu de cobrar no cartão de crédito”. Pagamos e só depois nos
demos conta que o dono do restaurante provavelmente nunca veria a cor daquele
dinheiro!
A vontade é cantarolar “Malandragem dá um tempo, deixa essa
pá de sujeira ir embora!” sem parar...
10 – Use filtro solar
Pedro Bial estava certo em todas as formaturas que fui:
use filtro solar!
Nesse assunto, acho que todo mundo tem uma história para
contar, né?! Quem nunca se deu mal por abrir mão do protetor solar??
Com o meu marido, Diego, não foi diferente! Em Punta Cana
ele teve preguiça de colocar protetor solar e se queimou muito. Nada que estragasse o passeio caso ele continuasse passando bastante filtro após disso.
Só que depois, teve
um agravante: nós não podíamos usar filtro solar antes de visitar as piscinas
naturais da Isla Saona.
Para proteger as estrelas-do-mar gigantes de lá e as
demais formas de vida do local, nenhum turista pode pôr filtro solar antes do
passeio, só depois de já ter mergulhado nas piscinas naturais e estar em
direção à terra firme.
Imagina só! O cara já estava queimado e ainda teve que ir
para o sol, com a pele vermelha, para pegar ainda mais sol. Ficou lindo de
cosplay de camarão!!!
Bônus:
Passei muito mal em Machu Picchu e meu marido conseguiu
encontrar um médico brasileiro no meio daqueles turistas todos. Sei lá o que
aconteceu direito, só sei que tomei um remédio e dormi no trem. Ao acordar, bem
zonza, começo a falar em espanhol com o médico brasileiro. Mesmo ele me
respondendo em português e meu marido me avisando que ele era brasileiro e que
eu podia falar em português, eu continuava falando apenas em espanhol.
Não sei que remédio era aquele, só sei que me deixou
muito mais louca que o chá de coca!!!
Moral da história: aceite pílulas de estranhos, sim!!!