quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Porque ele não deixava...


Hoje uma mulher, que tenho certeza que nenhum de vocês que lerão esse post conhecem, veio conversar comigo.
Ela me contou que seu casamentos de 3 anos acabou. Ele terminou com ela.
Mesmo depois de tudo que ela fez por ele (palavras dela). Ela deixou de se arrumar porque ele não deixava, ela parou de conversar com suas irmãs porque ele não deixava, ela parou de falar com as amigas porque ele não deixava, parou de usar rímel... porque ele não deixava!
Agora ela foi deixada por ele. E estava ali chorando, sofrendo e desabafando. 
Eu acolhi e respeitei a sua dor. Não era terapia, era só uma conversa. E eu sofri junto. Doeu em mim... mesmo porque já conheço essa dor. Já sei o quanto um fim de um relacionamento dói.
Sei bem o que é não querer sair do quarto, não querer comer e achar que nunca mais irá namorar de novo. 
Mas eu esta ali, vendo aquela mulher jovem, bonita, saudável e super gente boa e me perguntei: COMO PODE?

Claro que vem a minha mente todas aquelas explicações psicológicas que estudei, toda a minha experiência na Delegacia da Mulher e também da clínica, todos os livros que li sobre o tema. O meu lado racional responde.
Mas, lá no fundo do meu peito ainda fica a pergunta: COMO PODE????

Como isso ainda existe?
Como existe homens que proíbem suas esposas (ou namoradas)?? E como a mulheres que se anulam desse jeito? ?
Como pode haver, no século XXI, relacionamentos doentios?
Como ainda o amor-próprio não é o amor que sobrevale numa relação?
Como ainda vemos uma pessoa sentir tamanha dor por não perceber a armadilha em que caiu?
É triste. É triste de verdade.

Ainda somos fracos psicologicamente. Quando falo "somos", me refiro a humanidade. Ainda temos as mesmas feridas narcísicas para resolvermos, ainda temos a auto-confiança abalada por medos aprendidos lá na infância, ainda somos dominados por monstros...

Vejo vários relacionamentos que começam por questões pessoais mal resolvidas. E um busca no outro a cura e o suporte de suas neuroses. Porém, um mantém a neurose do outro.
Relacionamentos saudáveis são quando ambos estão super bem resolvidos (o que é raro) ou quando não validam a neurose do outro, mas sim, reconhece as suas e a do parceiro e, juntos, buscam resolvê-las e superá-las; gerando assim um crescimentos pessoal constante.  

Ainda tenho minhas neuroses, evidentemente. Mas nunca, nunca nunca nunquinha, perdi meu amor-próprio. A auto-valorização é a base pessoal que precisamos manter. É o mínimo de sanidade que é recomendado!

Será que um dia essa realidade irá mudar?
Será que deixaremos de ver mulheres (principalmente, pois são a maioria nesses casos) se anulando e "obedecendo" seus maridos? Será que um dia essa prisão matrimonial acabará?
Espero que sim!



Precisamos de amor! Amor de pai, amor de mãe, amor de amigos, amor de irmãos... mas principalmente PRECISAMOS DO AMOR DE NÓS MESMOS.






Bjo para vocês, amigos!
E bjo para o meu maridão!

Um comentário:

  1. PS: E claro, amor de marido e mulher!

    OBS: faltou um "h" antes de um a no texto = há. Perdoem-me!

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